Almas

20170409

rebelde22

Aperta-me o lenço, dá-me as mãos e ergamos os punhos juntos no ar que esta luta é só nossa. Se estou ao teu lado seguro-te, se estás ao meu lado seguras-me para que nada desmorone em redor. Meu amor, de 4 anos se enche uma vida de poemas, de poemas perdidos se enchem 4 vestidos de rendas. E os amores não se esquecem com o tempo, nem o tempo se esquecerá de nós. Meu amor, o que és de inexplicáveis prosas se compõe. Do amargo negro que nos delicia o jejum, ou do agridoce da tua beleza que me mata a fome. És mil erupções. Cataclismos bélicos de imenso belo que seduz. És a rebelião que me afaga o espírito e me quer fazer herói. És facas e latas de tinta vermelha que grita nas paredes a liberdade das almas presas. Tu. És o silêncio dos brancos e o barulho ensurdecedor das palavras oprimidas dos anjos. És um anjo de guerra, uma espartana libertadora em pele de gato vadio e rebelde. És as sombras que te querem devorar quando não vês luz ao amanhecer. Por vezes é difícil acordar. Por vezes é difícil viver. Por vezes é difícil festejar. Rodeados do vazio dos que não estão. Mas mais uma primavera se celebra e eu cá estou para te ver fortalecer sob o chão que se verga para o pisares. Ao teu lado. Pego na tua mão, sinto-te o pulso, ergo-te o braço firme no ar e do mais fundo da vida te peço - grita comigo a luta que somos, dança comigo as flores que nos decoram, voa comigo nos sonhos que são de construir. Vamos, desaperta-me o lenço e beija-me. Tira-me as facas e despe-me. Cruza-me a boca e faz-me amor. Celebremos o teu corpo existir. A tua voz poder gritar. A tua alma pedir para ser. Tu. Vida. Espírito. Terra. Água. Fogo. Ar. Tudo. Amo-te. Parabéns. Brilhas.

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