eles não se tocam. deitam-se na
mesma cama, toda a noite com o mesmo pedaço de coragem (para eles). ou seja
apenas fraqueza (para mim). partilham lençóis, entendam-se dois corpos frios na
mesma cama que não range, não sente, não chega para aquecer, não chega para
tocar. acharão que não se vê? que não se sabe? as paredes não murmuram, nem
precisam, pois vivem sem vida. este branco que as pinta não foi colorido à cor
da paz. este branco é vazio, é nulidade, é falta de pontes de cor em sorrisos,
é carência de ternura entre corpos.
eles não se tocam. se a memória
não me falha eu nunca vi. não viverei para ver. aprendi a beijar sem ver deles.
talvez não saiba amar por isso mesmo. desaprendi a viver tantas vezes, a
inspirar nuances de peso e negrume e a expirar notas pouco líricas que em nada
me realizam.
eles não se juntam. não se tocam,
não ouvem música, não escutam o vento, não amam a noite, não conseguem.
eles não. nem eu (talvez).
não te esqueças que não é o caminho por onde nos trouxeram que determina o futuro, mas és tu que percorres o teu próprio caminho, só tu, e as tuas escolhas.
ResponderEliminartu aprendeste a beijar sem eles, e eu tenho a certeza que vais descobrir a melhor forma de amar, também.
estou aqui.