lembrei-me de lembrar e lembrei. lembrei-me de sentir e doeu. esqueci-me
das desculpas para não estar lá, e arrependi-me. lembrei-me de ter lutado, e
interroguei-me se foi o bastante, então restou a dúvida. esse presente passado
que me recordo, quando me lembro de lembrar. ardem os olhos e bamboam-se as
pernas, como uma fraqueza vinda de um qualquer cordel que me ata o coração e me
impede o sangue de ser vida, sem ti. lembro-me de já ter sido assim uma outra
vez. não sei quantas vezes o mar traz a mesma onda, mas lembrei-me de ir até
ele pedir se voltavas. lembrei-me que o tempo passa, e que este passado que me constrói
poderia ser o que quisesses. e eu dei-lo, lembras-te? talvez quisesses
responder "e tiraste-o, lembras-te?". e eu amei-te mesmo depois disso,
soubeste? e tu? nunca te lembraste de me contar o que amor te lembra? ou se sou
ainda água dessa onda, onde bebem outros olhos que não os meus. lembras-te
ainda de mim, ou são só histórias dos outros? lembrasses ao menos de me
responder. lembrasses ao menos de me existir.
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