tenho um encosto no ombro. sacudisse eu a alma e ele fosse de mansinho
atrás dela. tenho um encosto junto da alma, sem nome, com um corpo perdido para
Deus. pesam-me as costas e secam-me as vistas. já me alteras-te o espírito, mas
não sou a luz que procuras. não, já não guio ninguém, despistei a morte uma vez
e desde então só desguio o mau olhado. "tem cuidado", dizem-me elas.
bem sei do que falam, não o sentisse na pele. temo a vida e o inferno destas
almas que me acompanham. tenho um encosto que pousa e suga de mansinho. estou
cansado, o sal já não resolve e nem a morte é cura para a desgraça. tenho um
encosto no ombro, e uma vida sem cura num corpo sem beira.
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