Almas

20130724

circulos de veias mortas


senti os teus ossos dispararem as tuas esperanças vazias. cada uma recheada dos temores sobre a vossa morte. eu conseguiria amar o teu fantasma e viver sem confiança nos restos de espaço do teu peito, mas continuaria a viver sem ti. fazer círculos de veias mortas, sempre foi o nosso maior mal. ai a rotina é tão medíocre. queima-la era o acerto certo na ponta errada, mas um circulo não tem pontas, por muito que o fogo seja sinal de vida. mesmo que víssemos uma ponta que ainda pudesse arder, ela não existiria realmente. lembras-me de respirar com vida. afinal respirar é viver, mas como um defunto que nunca morreu. cada suspiro é um trago boca-a-boca em que não me vês, mas recordas. a bela amnésia que tanto gostas, não é um pedaço de nenhum amor, mas sim o único pedaço que resta do teu amor. a pior lembrança é que está tudo tão escrito como a dor. é já uma lenda em que homens se reuniram para formar coros e protagonizar a sinfonia do aDeus, menos um que já não te quer, querendo. todos a seu lado, só não os viste, porque afinal ver é viver, mas nem todos enxergam defuntos. é tudo tão eterno que por vezes o ceu é inferno, mas desses faz-se suor e das lágrimas proezas. não sou rei, nem príncipe, mas choro como um homem grande. lágrimas de sal quente nesse mar, o suficiente para queimar a pele onde tal leito passou e onde tal coração morreu. onde tal morte vive.

12 comentários:

  1. Tenho saudades tuas...já a muito que não passava por aqui...a tua alma tem estado dentro de uma paz maior? de sossego?

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  2. És estudante de arquitectura? Se fores (como diz no teu perfil) até sou capaz de ver isso na tua escrita. Há, sem dúvida, uma construção grandiosa nos teus textos. Parabéns!

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  3. alguns poetas respiram que a morte é um outro tipo de vida, como nas palavras, e que as frases dizem muito de quem as escreve.

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  4. p.s existe aqui algo de deslumbrante que faz voltar :)

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  5. Devolveste-me o sorriso que tinha perdido para este fim de semana. Obrigada. De verdade. *.* mereces tudo :)

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  6. Eu é que agradeço as palavras de boa fé! (:

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  7. deixa que corram as lágrimas salgadas... deixa que corram!
    beijinho

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  8. sabes que é o que faço neste momento ? habito nos restos de espaço de seu peito e amo seu fantasma . como se saí de tal circulo ?

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    1. toma-se coragem para abrir o círculo, não esquecendo o que nele correu, mas impedindo que se alimente a esperança de que tudo corra como antes. e o tempo, saberá o que fazer. sabe sempre.

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  9. parabéns. adorei ler. sinto que escrever isto, tinha-me feito falta. abraço
    a seguir!

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  10. Faltas-me como eu te falto sem tu saberes, aquela nossa conversa quando nos conhecemos marcou-me para sempre e tenho pena que não apareças no meu espaço sem eu antes aparecer no teu.
    Sobre este teu texto, esta completamente sentido, senti-me parte deste ciculo e parte desta morte como se em conjunto consegui respirar sem sufoco mesmo assim, foi dedicado o texto?

    Um beijinho,
    pensando com arte,
    espero a tua opinião.

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  11. Desculpa pela minha afirmação em forma redonda e canonica sem antes saber o espaço que ocupava na tua alma, agora só tenho a dizer-te um obrigada e um desculpa suave com um abraço...abriste-me os olhos.
    Afinal, eu propria vos falto muitas vezes porque o blog pode ser o meu mundo, mas por causa dos acertos da vida nem sempre estou por cá...ainda a pouco vos faltei durante tres meses...ele é e não é, as vezes afasto-me outras vezes aproximo-me.

    Quanto ao teu texto, esta muito bom, como sempre tiveste um texto assim, apenas eu sinto que tem partes tuas e de alguém...mas isso faz se-lo especial.

    Quer o vento mude de rotina ou não,
    quer o chão perca os sapatos que lhe tocam ou não,
    há pessoas aqui no blog que nunca me vou esquecer e tu és uma delas, era só isso que te queria dizer na minha primeira mensagem,

    um beijinho,
    kowodzpin.
    E sou a Beatriz, dai o bllm.

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