Almas

20130718

amor, nunca bebemos vinho


escurece dia para que o corvo pareça feliz. apaga farol que existem sorrisos antigos a chorar. não os quero lembrar. as memórias são terríveis, não por lembrarem almas passadas, mas porque sabem a saudade. "ai vida". amor, nunca bebemos vinho. talvez devêssemos falar sobre isso. e beber do que não bebemos. acho que tudo correria ao contrário porque o ódio também se chama de amor. e acho que tudo correria ao contrário porque nunca falámos sobre verdades. 

(…)

as pessoas amam-se em silêncio demasiadamente. as pessoas amam-se demasiadamente para lá da morte. tempo é o silêncio do amor. é quente quando dois corpos partilham a mesma alma e gelado quando duas almas se perdem de qualquer corpo. e divagam. e sofrem. e morrem. o tempo só não resolve o que o orgulho não quer. e feitios. e era isso que eu admirava em ti, nunca pensei que se virasse contra mim.

(…)

devias ter percebido os beijos de saudade nas letras de cada mensagem. devias ter sentido saudade, e se a sentiste devias ter desejado que terminasse. ou que continuasse apenas quando não estivesse por perto. precisava perceber quanto tempo foi real depois da morte. desculpa se não entendi. desculpa se morri antes de morrermos. só te culpo por sermos demasiado iguais, por seres demasiado tu sem mim. só te culpo por não te esquecer. certamente que esse, foi o único feitiço. beijo.

7 comentários:

  1. and what song would you choose for this one?

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  2. gostava que fosse "b fachada - contramão"

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  3. " as pessoas amam-se em silêncio demasiadamente" que bonito, que encanto, sublime!

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  4. a amor nasce de um egoísmo que é a pura ausência de altruísmo . Creio que esta frase resume o teu maravilhoso texto .

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  5. Deviam mesmo ter bebido vinho e tu não devias esperar que" os outros soubessem". Eles só sabem o que lhes dizemos.
    Beijo

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  6. És tu que escreves isto? É que apaixonei-me agora... Quando tive literatura portuguesa gostava de ter lido coisas assim em vez dos amores de perdição desta vida, blech! O raio do livro é tão mau...

    Sobre a reflexão... Quando digo coisas daquelas às pessoas elas riem-se de mim, acham que eu sou doida. Mas todos temos razão e ninguém é dono da verdade, portanto limito-me a brincar com a situação na minha cabeça. Deixa-as viver aos seus ritmos...

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