ela brilhava no escuro com tons
de malmequer e eu cantava pra norte com sonhos de bem-me-quer. ela corria do
mundo e eu fugia da terra, enquanto que eu respirava fundo, ela suspirava da
guerra, que a fazia arrastar-se entre aquilo que queria e o que o negro a
deixava. eu vivia com a morte e ela vivia com os vivos. quando eu soltava
sorrisos, ela gemia do choro que as dores secaram. ela falava de cor e eu contava-lhe
histórias. ela tinha os olhos do céu e eu as olheiras dos demónios. eu tinha os
lábios rasgados e ela os ouvidos profundos. eu respirava o pecado e ela sentia
os defuntos. eu era parte dela e ela o completo de mim, mas eu só uma parte de
um incompleto de si. eu arrancava os cabelos enquanto sofria de medo e ela
usava pinturas enquanto a doença dava sede de vê-lo, (o medo). eu morria da
noite e ela do tempo que não passava. nós vestíamos negro e nisso não eramos diferentes.
e sentíamos amor, embora estivéssemos doentes, um do outro. ela era o que eu queria
e ela queria o que eu era. ela era um ser de pureza e eu um manto de seda. que
só a pôde proteger enquanto a morte não a levou, para fora de nós. ela foi o
aDeus, eu a paga de ficar e enquanto ela quis morrer, eu quis voltar a amar. por isso vivi.
perdi a fala. tão doloroso como belo, e sinto que me repito ao dizer que és maravilhoso com as palavras, mas és. bravo, digo! e aplausos**
ResponderEliminarSerá que tu não páras de escrever textos fantásticos capazes de me fazer parar o que estou a fazer e refletir? Acho que de certa forma isto completa o que escrevi naquele texto e mais uma vez estou aqui eu a pensar, seriamente, no que devo fazer quando acho que sei a resposta. :) Acho que é fantástica a forma como consegues superar cada texto que escreves. É o tipo de blog que espero que nao acabe. Mais uma vez, obrigada pelo teu comentário. Fez-me ver as coisas de outro prisma e ainda bem que sim ;) beijo!
ResponderEliminarés um carinho de pessoa, e às vezes nem sei se mereço. Seguir em frente, é tão complicado quando se balança no passado com medo do futuro... Mas obrigada pelas tuas palavras!
ResponderEliminarOh, muito obrigada! :') e não me importo se não concordas, para mim és sempre um mimo!
ResponderEliminarUm misto de dor e amor, de "feio e belo". Definitivamente, brincas com as palavras de uma forma fantástica.
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