Almas

20121210

não mais princesa

eu era rei de um fantasma, era um morto irreal sem nome. morri, quando separei daquela forma a nossa alma e seduzi a noite com a dor dos nossos cânticos perversos. tudo era fictício, só eu não via, este final é só meu e não nosso se para ti nunca terá começado. não viveste mais esta cidade como eu, foi tudo insano até as bases do teu carinho. tudo primitivo e inquebrável, não soubemos fingir o que sentíamos sem nos magoarmos. cansaste de mim, dou-te por isso a minha coroa. já não és mais princesa minha, és agora rainha, do mundo. usa-a para ser eu os teus olhos e o chão que espezinhas, mas lembra-te que sempre serei a angústia, mas também a tua casa, a tua morada, se outra cidade não for mais estrada para ti. em qualquer dia, poderás sempre voltar, volta. tu, és um penhasco sombrio que me sustem onde eu sempre enlouquecerei se quiseres. não verás nunca ou saberás fingir não ver o nosso fim, tal como eu. lutaremos contra isso sob o mundo e deixaremos o nosso altar de lamurias. opaco, este escuro opaco toma o nosso caminho, os braços caídos são parte do nosso ensaio de afeições. o dom é também teu, mas não poderei repetir este amor para sempre, novamente por ti, as vezes que queiras. todas as vezes que terminar, tu te manterás para ver o mundo, e tudo o que restar para mim será pérfido da paixão que me alimenta. a tua besta é o teu tempo e não eu. é ela que explode a tua raiva, e esse é o caminho da tua confiança. tu vês o amor como um fantasma de amparos, terias de o sentir como uma batalha que nos unisse num só. chora por mim e canta como um morto em glória. o fantasma morrerá, és realmente pouco para mim, desaceleraste a cidade e paraste o tempo para te ver, para o teu viver e a dor de te amar, mas isso não chega, porque eu preciso de mais, tu sabes que mereço mais em vida. e em vida, morri.

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