tu és o meu jeito de distracção
do gelo em calor. podes apenas aumentar a chama da tocha, mas nunca apaga-la e
já não importa o preço do nosso fogo se o deste ao abrigo da morte ou a nossa
glória una, aos lobos da noite. os teus navios de carinho mexem comigo, mas as
carícias vivem o teu inferno, vivem bem, vivem da estrada que escolheste para a
noite. tu reconheces-te em mim mesmo e só em mim vês os problemas deste amor
egoísta, dilemas das tuas luzes vermelhas na minha cabeça. minha cabeça sopra, o
meu ar sangra e a minha respiração é lenta. não precisamos de educação para sobreviver
desta forma, não precisamos da sombra nos meus ossos, o meu cancro foi a última
palavra, a minha morte foi o último sorriso, os meus ouvidos ficaram debaixo de
água, e eu não sei como estou ao certo. estou a amar a mim mesmo, amando estas
luzes, amando estes factos e a transformar tudo naquilo que eu costumava ser.
para mim, poderíamos ter sido sempre radiosos, mas o sol foi uma escolha
errada, o amor era um lado ruim, o ódio era a nossa maior emoção, e devíamos ter
ficado sempre com o brilho mais suave da lua. a criança eramos eu e tu, juntos.
esse era o meu maior prazer, então porque não novamente? as estrelas passam,
vivem como tu, e não posso negar o que tens e o que não tens. as pedras são mas
sensíveis que nós, as aspirações são frias, o teu peito não é mais almofada
minha. tudo errado, o fantasma é passado porque o tempo é curto para mim. mas
amo-te mais do que isso, porque quero-te mais que a vida, o tom da morte assusta-me
quando me chama de perto. tu és o pior de mim. este vento é tão frio para nós,
este final é tão nada para mim. não são as mentiras sobre nós que me matam, mas
sim os demónios que nos afastam da eternidade prometida noutros tempos. quero o
número do diabo, quero um sinal divino, e uma carga policial nos meus ossos,
para que se sintam de alguma forma. amor, tu és a rendição dos meus gostos e
dos teus. nunca nos importamos com o sentido das coisas, nem precisamos da
forma do mundo, as nossas carícias na escuridão e o gozar da noite juntos eram
tanto. fecha a tua mente ao errado, eu só quero ir para alguma casa, quero estar
no teu corpo e amar-te. muito mais do que isso, tudo tão poético, cego de mim
mesmo. realmente amo o que és, amo tão de verdade para dizerem que é mentira. és
a perfeição do gelo, numa pena de um anjo, e vou continuar o meu caminho, eu e tu para o mundo, em meus sonhos. não me
importo com nada, tu acreditas ser o que amas, e eu estou deixando o que sei, quero
descansar por agora, sem linhas de amor no lado esquerdo do corpo. se chamares
o nosso mundo para mim, ora por nós, dança contigo. os fantasmas tem voz,
pede-lhes que te cantem um pedaço de nós, mostra o tempo do nosso fim, para depois
veres a vida que nos une. e se quiseres, volta.
Eu tinha muito medo mas a partir do momento que me apercebi que isso não levava a lugar algum e só me deixava ainda pior resolvi por o medo de parte.
ResponderEliminarObrigada por gostares* tens imenso jeito para a escrita. :)