o fim de tarde à chuva naquele banco já molhado,
um rio subia o norte com espanha do outro lado.
o céu era só trevas, o vento sabia amargo,
e o medo vinha despido, contigo de braço dado.
e eu? sem imaginar quem eras,
a mulher que me tocava e despia com más rezas,
onde quem me fazia mal eras tu,
e não o sofrer das minhas perdas.
e tu? um pouco tanto que sabias,
um tal beijar de cor com toques de melodias.
e eu, com tanto nada por saber,
beijava-te apunhalado com magia negra de prazer.
perdeste quem te amava, mataste o amor, mataste-me a mim.
e eu? eu não sei que te fez assim.
ataste as minhas mãos e eu desamarrei a alma
com a corda que me deste envenenada.
estou aqui agora com luz no teu lugar,
à espera de um ser de luz que aqui queira ficar.
e eu chamar-te-ia puta, mas tu nem isso mereces,
porque nem recompensa a dinheiro pagava a foda que me deste.
e o prazer? o prazer ficou na cama,
ou nos bancos do meu carro onde também lá chorava,
e eu te disse "amo-te".
não, e eu nem a morte desejo,
porque amor é putaria em trocas falsas de desejo.
e eu? eu ainda gosto de ti.
atravessei p'ra outra margem, disseram ser melhor sem ti.
adeus dsp, felicidades para mim.
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