haverá sempre um farol
onde deitar e dormir
por fim
como trapo rasgado ou gato vadio [gato veado]
haverá sempre um moinho
de onde remanesce a vida
por fim [silêncio]
como o vento que grita ou as varas que partem o sal
haverá. sempre. ou. para nunca mais.
um mar. onde chorar. rir.
se sempre houverem. os restos. as sobras. o tempo.
como quando te via em flor antes de seres mulher da vida.
e o quê?
por fim
o trabalho árduo e a fome desmedida
a morte - um cavalo branco se branca é a sida
o amor - uma úlcera vil que ilude e isola a ilha
o trabalho é fraco e a fome desgraça
no fim
e o quê?
um mar onde chorar. rir.
para nunca mais dizer. para nunca mais sentir[mo-nos].
se sempre houvessem. pedaços. sombras. vida.
como sabia que eras espinhos e me enganei ao ver-te em flor.
haverá sempre um moinho
de onde a memória foi tirada
no início [quixote]
como gigantes que não se puderam vencer [o aDeus].
haverá sempre o farol
onde amar é doer-me
no início [o mar ao longe]
como veias que iluminavam a esperança e beijavam ao engano [lias-me].
por fim
[a despedida]
ou a luta sob a moral
sob o ideal de se ver [vida].
[a inércia e o cancro]
ou a loucura e os sonhos
sob a realidade que me derruba.
e tudo isso nos diz: -aDeus, MonteDor.
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