Almas

20140117

e o amor já lhes foi tanto


leva-me as memórias, disse-me num relance em que os olhos chocaram ao sabor do vento. tenso romantismo bélico no amargo de sorrisos tontos incontrolados. os ombros batem, os ossos latejam em contracções musculares incompatíveis com o tempo. a alma parte no corpo e o coração não pára mas abranda num sopro de passado. e rostos cansados negam-se ao nada, e o amor já lhes foi tanto. reis de espadas, damas de prata e bruxaria vesana, tresandando a fetiches de suor deste mundo e do outro, tudo no mesmo copo vazio. os seus olhos são fundos presos no negrume das sombras, e os dele, os banhos de luz que lhe enche o espirito do passado, já que o do presente nunca encontrará tão doce pranto, tão puro beijo de sangue. não serão precisas palavras a mais para sílabas a menos, afeições imprudentes em linhas de vida radioactivas, nem tampouco mostrar lágrimas se o alívio continuar intemporalmente definido ao olhar. e eles olham, e sentem, e o amor ainda é tanto. 

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