Almas

20131010

azáfama dos corvos


grupo de sombras gemendo ao uivo das dores. a noite é bonita se te confundes com poros de magia escura. as penas caem e as lágrimas voam na sonolência que despem de negro, enquanto viajam por nossas cabeças. mistérios sagrados se revelam nos rodopios do vento. se os soubesses ouvir, saberias como reza-los. a azáfama dos corvos e eu tão só. cabeça vazia e alma cheia de whisky. se alguém questionar como é que os insectos morrem, eu respondo - como os homens sozinhos - nada em vida é tão célebre quanto a mordida da saudade acompanhada - como a noite alheia - se alguém ousasse responder e passar. iluminação obscura de corpos mortos, a azáfama dos corvos e eu tão só. cabeças baixas têm estes passageiros da noite. bico refinado às conquistas do ouro, letras de calibre ecléctico em cartas de medo. se alguém questionar como é que os homens morrem, eu respondo - com a alma distante na azáfama dos corvos. se só param para pousar sobre os ombros do destino como ceifeiros da noite, se esquecem dos vivos, para azafamar os mortos. e eu tão só.

1 comentário: