Almas

20130823

enquanto o tempo nos guarda e voa


rouba-me a pele. leva-me noite, sussurra-me borboleta enquanto o tempo nos guarda e voa. poderiam as névoas segurar o brilho das estrelas, mas nunca o nosso, pois nunca o negro brilhou tanto por mim. oh lua, não tires a luz destes corpos teus. escuta os silêncios deste mar, que nos leva e trás, que nos vê e esconde por vales de vento. segredos. somos belezas históricas de infortúnio, pedaços alheios passados, talvez a sorte nunca tenha sido a nossa melhor madrinha. contasse eu os grãos da areia pra me perder em ti, nos números infinitos para onde o olhar te foge. ai essa alma, nos caminhos da minha. outra vida. outro destino nos terá cruzado as palmas da mão, seguindo a corrente que nos afaga o peito e se humedece nos lábios. oh esses ombros. oh quente corpo, despe-me os sonhos enquanto construímos beijos e lava-me nos tons de sal dos teus vestidos mais desnudos. encontra-me nos teus olhos enquanto o tempo nos guarda e voa. rouba-me o tempo, para que nunca te perca o presente.

3 comentários:

  1. esta noite respiro fundo, amor, suspiro a suspiro, é graças a ti que me encontro e me preencho. que as palmas das minhas mãos tragam sempre farrapos de lua, para que, ao toque, te transforme em luar
    adoro-te

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  2. acho que realmente precisava passar por aqui, ler-te. é sempre bom, ler este amor à tua maneira.

    um beijinho J.

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