Almas

20130416

abstracto três


origamis de papel timbrado nos amores de baçaim.
papeis e versos sem rima nos lençóis de paris.
românticos perdidos nas ruas de nova iorque
amantes indefesos na cidade da nossa morte;

fomos gigantes solitários no negro lodo da ribeira
prefácios da saudade aos demónios da cegueira;

a agonia trouxe amor e dessa vista o nosso prazer
do rio lima correu o pranto no manto do meu chover
na despedida levei a morte para que sentisse por mim
e das ruas desta cidade fiz recordações de ti
vesti-te de caramelo com o teu coração d'ouro
nas jóias que carregavas nos trajes do meu tesouro
nas romarias vi os tapetes e nas festas a agonia
junto do adeus na praia "ao norte" onde também nasceu vida;

esquecemos as mãos cruzadas entre o frio d'avenida
e dos abraços descruzados nos comboios de partida
das noites não dormidas e das manhãs adormecidas
do quanto fomos fieis às promessas de santa luzia;

o amor morreu mais cedo do que aquilo que existiu
e os sorrisos são de viana, não dos amores q'ela sentiu.

3 comentários:

  1. Está tão lindo! :') oh, que maravilha de poema

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  2. e tu sabes que não concordo com o que disseste. É um poema genial sobre a nossa cidade, adoro como usaste os lugares mais "importantes" dela para construires um cenário...

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  3. Saber escrever em poema não é para qualquer um, acho que já o disse. Está divinal. Parabens*

    "Esquecemos as mãos cruzadas entre o frio d'avenida
    e dos abraços descruzados nos comboios de partida"
    Isto, lembra-me muito.

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