não há luz que me ilumine, nem
sombra que me carregue. os pecados que nos rogam não nos matam, nem engordam, sublimam-se
no tempo que nos espera. falta de mais ser carne viva, falta de mais ser corpo
molhado, sobra de mais ser eu, seres tu, não nós. sobra nada, sobra tudo, até a
chuva chora comigo e cantamos juntos para ti. mais um fantasma no meu quarto, mais
uma alma que vagueia neste plano enquanto me chama para me levar. vou-me
limpar, este álcool é mais puro que os meus conselheiros, ele não me mente, só
às vezes me ilude como o tempo. esta janela não é mundo, é escrava dos que dela
se servem para espreitar. as luzes estão tristes, as ruas estão presas ao
inferno e o tempo não muda os discos riscados com os mesmos sentimentos de
sempre, as mesmas dúvidas e questões, os mesmos venenos do exterior. o tempo
não muda, não faz nada, não queima nem arde, o tempo não sente, só passa e o
que passa não volta, mas pode começar sempre num novo presente. limpei-me. os
defumos não me afastam os traidores e mentirosos, mas afastam os cinzentos que
me pesam as costas e correm em sombras nesta casa vazia. alimentam-se de mim e
eu alimento-me de amor, que não tenho, por isso me deixo morrer todos os dias
um pouco mais, um pouco menos. sempre menos de mim, sempre mais para ti. o
sempre não existe, mas sempre há-de existir o tempo de nós, o tempo. o amor.
mas nós...nós já fomos de outro tempo e poderíamos ser deste também. em tempo,
de amor. amei-te. talvez sempre te ame, mas o sempre não existe, no tempo. amor.
meu deus, uns dos melhores...!
ResponderEliminarConcordo com o comentário da Joana
EliminarUm bom ano para ti também :)
ResponderEliminarHoje, bebe, mas com juízo.
ResponderEliminarE volto a dizer, tens amor mas está adormecido. Não te deixes morrer.
ResponderEliminarQue 2013 seja de novas pessoas e novos sorrisos :)