Almas

20120917

ai vida, ai morte


ai vida que eu nao tenho
tenho a morte no meu lar
chora o coro no meu ombro
chora o tempo a passar

grita a voz duma foicinha
foiça despe-se ao luar
lua dos filhos das vinhas
do vinho que há-de matar

sobes luz para o meu alto
alto esse o meu rezar
rezo cruzes e cantigas
canto por quem hei-de chorar

choro tanto porque vejo
sangue em feridas de lutar
luto negro dos meus olhos
olhos tristes de esperar

e eu esperei lá para te ver
eu vi-te para abraçar
abracei o teu vazio
vazei por não te encontrar

encontrei a morte em mim
de mim que quero falar
falar da morte do anjo
anjo teu do meu guardar

guarda a alma já velhinha
velho o rosto da manhã
manhã trajada de branco
branco o sentido que está

está a morte q'ainda tenho
tenho o luto no meu lar
choro a perda do teu corpo
choro o tempo que faltar.

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