ali, onde a alma vacila e o corpo pede à mente que pare; onde
sem sombra na dor se contam as sobras e os restos de amor e de esperança. mas
quem será mulher? mas quem será o cancro?
ali, onde o mar embarca no sono e se cala e consente às pedras
que durmam, o espirito voa, livre, embalado na esperança do sonho, do alento,
do esperar. mas não é o cancro que te assusta. mas sim o chão que pode ruir.
ali, onde o cancro jaz e a morte sussurra e te pedincha um
pouco de entrega. onde as veias quebram e secam, onde o cabelo parte sem
piedade, ali, onde os ossos ressaem na magreza do ser. não é o cancro que te
assusta. mas o medo que tens de perder, tudo aquilo que ainda pode ruir. o que falta erguer-construir. o cancro-o ser.
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